sexta-feira, 8 de abril de 2011

Apenas um esboço...


Ainda não sei traduzir o que sinto sempre que me deparo com a morte. Essa experiência me faz viver diferente; abre diante de mim outras janelas para eu enxergar melhor a vida...
Ainda não consigo gerar palavras desde que a minha avózinha partiu, no último 5 de abril.
Aqui dentro é tudo silêncio ainda... 
Não ouço música, nem poesia; está tudo tão quieto.
Acho que é a saudade da melodia de minha avó. Sim, meu pai e minha avó tinham algo peculiar: geravam uma melodia em minha alma que me "afinava" a tantas coisas da vida.
Sinto saudades daquele ritmo... do movimento que ela causava em mim. Fazia olhar-me para o céu, para o homem, para a natureza, para a vida, para mim mesma...

Coloco mil músicas para ouvir... Nenhuma traduz o que sinto.
Mas nem sei o que sinto no momento. Eu sinto algo?!
Sinto um grande silêncio aqui dentro.... Nada consegue incomodá-lo... 
Encontro pessoas, leio, ouço várias coisas, mas o silêncio permanece lá, intacto, quieto, "cantando" pela casa.
É um silêncio bom e que dói ao mesmo tempo.
Tem horas que é como se eu estivesse diante do mar por horas, apenas contemplando, sem ninguém por perto. Em outras é como se eu escutasse apenas um piano, ou o som do vento.
Silêncio de alma que está sendo preparada para algo...

Uma estrada longa se abre à minha frente. Eu sinto... eu acho que até já vejo...
O que tem nela? Aonde ela leva? Não faço idéia... mas sei que Deus vai comigo e que é Ele quem inaugura esse novo tempo em mim...

Minha flor se uniu ao jardim de Deus... e a única coisa que eu consigo dizer é o mesmo que ela me disse antes de partir: "Sentirei saudades..."
É a única coisa que esboço dizer... 
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Obrigada de todo coração a todos vocês que sustentaram esses dias eu e minha família através da oração de vocês.
Pudera eu expressar o quanto senti-me cuidada por Deus através de vocês!
Deus os abençoe!


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