sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Os barulhos calam. Fica o essencial.

Nem todas as músicas de amor expressariam o que és pra mim.
Nem todas as músicas de vida e dor traduziriam a saudade que trago no peito.

Há anos é a mesma coisa. 
O mundo pára lá fora... Todos os barulhos calam... 
E fica só o essencial de cada instante que vivemos, de cada coisa que vi ao teu lado, que vejo, e do que ainda viverei.
A dor retira os excessos do que falo, do que penso, e até do que sonho, e simplifica tudo... 

Interessante como os anos passam, e nada muda. Quanto tempo faz, eu nem conto, porque não faz a menor diferença.
Agora te entendo, Pai.
Agora entendo tua capacidade de todo domingo ir ao cemitério visitar o túmulo do vovô e derramar as mesmas lágrimas, na mesma intensidade, por tantos anos.
É igual... idêntico... Nessa dor me assemelho ainda mais a ti. Que alegria... entender teus sentimentos, me unir a ti, e te sentir tão perto em cada lágrima que cai.
Talvez seja parecido com isso a tal da "atemporalidade" de Deus, que não vê o tempo como vemos. 
Os anos passam, e os cenários de minha vida até mudam, mas o conteúdo parece intocável. A mesma menina aparentemente forte, cuidando das coisas do funeral, e que por dentro só queria uma coisa: dançar contigo só mais uma vez, ou te ver pentear teus poucos cabelos, ou te ouvir comendo bolacha, ou apenas ver teu olhar apaixonado, admirado, fazendo-me sentir a pessoa mais importante do planeta.

Contigo vivi o melhor e mais árduo amor de minha vida!
Contigo vivi o amor, o perdão, o amor sem exigências, que ultrapassa tudo. Um amor que queria dar o rim só para não te ver mais chegar chorando da hemodiálise, que daria a vida por ti. Um amor que não tem como explicar...
Contigo entendi porquê Deus é Pai.
Contigo entendi que tudo que amamos é de fato eterno.
Só de lembrar de ti, já tenho vontade de viver, lutar, vencer, arriscar, não parar nos medos, inspirar, correr e voar o mais alto que eu puder.
Só de lembrar de ti, tenho vontade de ser o melhor que posso ser, e não ter uma vida medíocre e sem sabor.
Só de lembrar de ti, surge o melhor que há em mim.
Só de lembrar de ti percebo... cumpriste perfeitamente o teu papel... 

Por hoje, fico aqui com esse teu sorriso, que tinha uma capacidade incrível de me alinhar, e me recordar o que é mais urgente na vida: amar, amar, amar, ser feliz amando, se dando sem medir, e extraindo TUDO o que há de melhor da vida, porque ela é grande demais para eu vê-la simplesmente passar por mim... 
Obrigada pai por tua forma intensa, verdadeira e desnuda de viver a vida.
Uma pena boa parte dos meus amigos não terem te conhecido. Eles me entenderiam muito mais...rsrs...

Obrigada pai por ter me dado a vida não apenas biologicamente, mas por toda vida e novidade que ainda hoje geras em mim. 
Amo-te para sempre!

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

O amor...

Ele chega e explica tudo. 
Desperta os melhores sonhos, 
inflama nossa essência, 
liberta, alegra, revela, vela, desprende,
desaprende a competir, reter, economizar... 


O amor traz o que há de mais belo da vida, o que há de mais belo em nós!
E quando chega, tudo cala, tudo grita, e tudo muda. 
Retira os pesos, não muda os fatos, mas muda os meios. 
Traz outras ferramentas... Bom humor, esperança, generosidade, um olhar caridoso e mais harmonioso com tudo ao redor, até com os fatos que não mudarão.
Ele tem disso...nos torna generosos, nos revela amáveis. 
Nada mais justo que o amor, nos ensinar a amar.