Barulhos

Quanto barulho lá fora...
Que forma apressada temos conduzido nossa vida.
Tanta tecnologia, tantos anúncios, tanta informação o tempo inteiro vindo ao nosso encontro.
Encontro?! Ahhhh, esse turbilhão de coisas sem dúvida têm roubado a profundidade de muitos encontros..
Amigos não se percebem mais com a mesma facilidade, ou não se visitam da mesma forma. Contentam-se com as notícias que vêm pelas redes sociais e abrem mão de registrar e construir suas próprias imagens, "fotografias" e lembranças com as pessoas que amam.
Como é valioso quando a pergunta que o "face" faz todos os dias nos alcança através de um olhar comprometido que diz: "Como você está? O que tem feito?".
Há pessoas que tem essa capacidade, de trazer o silêncio, a leveza, que constroem grandes pontes mesmo na correria do dia-a-dia.
Pessoas que nos "agigantam".
Pessoas que nos olham e nos enxergam. Pessoas que se dão inteiras num abraço, num olhar, num jantar, que te "cutucam" com a vida delas, com a forma bela e sábia com que desfrutam do viver.
Eu amo tecnologia. Amo tanto que a escolhi para ser minha profissão. Mas penso que ela é bem utilizada quando favorece as relações, os processos da vida, quando otimiza o tempo para nos sobrar espaço para estar com quem amamos, quando diminui distâncias e diferenças, quando informa conteúdos que alimentam e que constroem, quando nos revela olhares diferentes a cerca da mesma coisa, quando nos faz mais inteiros e melhores, quando aprofunda as relações, e não quando nos fragmenta e superficializa a vida e os relacionamentos.
A culpa é dela? Certamente não. Ela está aí para ser usada como manda nosso entendimento.
Pena que nosso interior tantas vezes está tão agitado e atarefado, que não se percebe no automático.
Há muita gente se contentado com os "meios" e não com os "fins". Se doando ao que é relativo, e perdendo a afinidade com o essencial.