quarta-feira, 11 de setembro de 2013

“Ética, uma questão de decisão”

A vida é cheia de opções. A cada passo temos que decidir qual caminho escolher. Para acertar o passo, precisamos saber o que realmente queremos, e em certos momentos é importante também nos questionarmos sobre o que estamos fazendo, o que temos construído, se nossa vida tem gerado o resultado que desejamos.
A correria do dia-a-dia tantas vezes nos impede de nos fazermos tais questionamentos, e acabamos conduzindo-a nem tanto por nossos ideais e objetivos, mas pelas situações e pela forma como todo mundo vive ou que é comum; e sem perceber essa vida corrida nos rouba grandes coisas (momentos em família, o prazer de um jantar feito na hora, ao invés de esquentado no micro-ondas, etc.), nos torna imediatistas e apressados, e também pode atropelar até mesmo grandes valores que possuímos e que poderiam fazer de nossa vida uma “grande obra”.
Muitas vezes o fruto de uma sociedade imediatista é a falta de ética. Por precisar de tudo com urgência, por não saber esperar ou planejar, acabamos furando filas, agindo egoisticamente, fazendo prevalecer muitas vezes os nossos interesses, ainda que para isso precisemos utilizar de suborno, atitudes antiéticas, ou do famoso “jeitinho brasileiro”.
Há ainda os que agem dessa forma não apenas por pressa, mas por hábito, por ser “comum” certas atitudes que contrapõem valores universais que trazemos conosco (independente de cultura, religião, ou nacionalidade), e que nos fazem agir com ética, como, por exemplo, respeito, honestidade, justiça, responsabilidade. Esses valores são grandes amigos da sociedade. Com eles, ou melhor, com a fidelidade a eles, poderemos viver o que no fundo todos almejamos: paz, harmonia, justiça, caridade, etc., e, por eles estarem entranhados em nós, sendo fiéis a eles, estaremos também sendo fiéis a nós mesmos.
Aliás, é preciso questionar-se sobre o que é “comum”. Tantas vezes nos acostumamos com certas coisas que não poderiam tornar-se "comuns" para nós. Não podemos nos acostumar com certas cenas. Penso que elas precisam nos inquietar. Me preocupo com o que temos tratado como coisas "normais". "É normal" furar fila, solicitar ao amigo para agilizar um processo num órgão (já que o mesmo não funciona como deveria, acaba um erro gerando outro erro), falar algo sigiloso a alguém desautorizado, mentir para o chefe, apresentar atestado médico falso para faltar ao trabalho, favorecer os amigos ou parentes em determinadas situações; do mesmo jeito que é normal ver pessoas sem um mínimo de dignidade nas ruas, dormindo cobertos por um jornal no frio, catando lixo, comendo nossos restos, adoecendo e morrendo por aí... Não é de se surpreender. O que poderia se esperar de uma sociedade que tem por hábito pensar apenas em si e em seu crescimento, e não no bem comum?
Esses maus hábitos vão roubando muitos valores de nossa vida. Vão aos poucos fazendo com que percamos o senso crítico, e passemos a acolher qualquer coisa que nos apresentam como correto, nos conformando facilmente com a injustiça, miséria, traição, brigas, etc. A vida vira uma bagunça, e os princípios e valores universais passam a ser tratados cada vez mais como sinônimos de utopia. Precisamos começar a lançar um olhar crítico sobre o que a sociedade tem tido como hábito e costumeiro.
Saber fazer escolhas é uma habilidade fundamental para nossa vida, para a autorrealização, e até para nossa felicidade. Por isso considero a reflexão um passo importante para ajudar nas decisões. O silêncio, o ato de parar para refletir, nos ajuda no autoconhecimento, a fazer uma autoavaliação, a perceber o caminho que temos trilhado, a avaliar as escolhas que têm sido feitas, e quais deveriam ser tomadas. A reflexão reordena prioridades, e nos faz tomar decisões mais coerentes com os resultados que buscamos.
Está em alta falar em gestão. Gestão de pessoas, de tecnologia, de recursos, de conhecimento, e vejo poucas pessoas falando da gestão da própria vida. Muitas pessoas estão comprometidas com tantas ações e projetos de organizações, e, no entanto, não tratam como prioridade a gestão de seus atos, hábitos e valores.
Temos grandes exemplos de diretores, gestores, executivos, e homens de sucesso, mas, a meu ver, somos carentes de verdadeiros mentores, pessoas que nos inspirem e que despertem o melhor de nós. Carentes de exemplos, de pessoas coerentes (o que não quer dizer perfeitas. Coerentes porque caminham em direção ao que falam, e mesmo tantas vezes errando, continuam a busca pelo acerto), de líderes que inspirem bons hábitos, que despertem em nós a coragem de abraçar os valores universais que almejamos, que nos impulsionem a pagar o preço de uma vida com ética para alcançar verdadeiramente bons resultados (pessoais e profissionais).
Gosto muito de uma frase que diz “a palavra cativa mas é o exemplo que arrasta”. Encontramos gestores indicando caminhos, cobrando ética dos funcionários, mas não “arrastando-os” com seu exemplo e seu modo de viver. Na incessante busca por sucesso, dinheiro, não é raro presenciar líderes agindo sem ética. O não-ético  muitas vezes recebe o “troféu” mais rapidamente, mas, se observarmos bem, o troféu dele parece tão vulnerável. A vitória de uma pessoa ética se dá no dia a dia, na conquista constante de um bem estar que alcança o bem comum, na alegria da coerência, do resultado conquistado por meios legítimos.
Penso que é cada vez mais urgente sabermos tomar boas decisões. A vida passa depressa e não há tempo para viver e agir de qualquer forma. É tempo de sermos gestores da própria vida, assumindo o que queremos ser, com maturidade para enfrentar as dificuldades e consequências de tal escolha, e tendo determinação pelo projeto traçado.
“O que muito vale, muito custa”, disse certa vez uma mulher cristã em meio a grandes desafios. Que essa frase nos impulsione a decidirmos pelo que em nós está entranhado. Seguramente vale a pena ser ético! Por isso associo com tranquilidade essa frase a essa abordagem. Mas também pode custar muito ser ético. Muitas vezes custa a perda de amizades, elogios, dinheiro, troféus ligeiros; mas ao persistir e desenvolver esse hábito, se percebe que o resultado de tal “estilo de vida” ultrapassa esse “custo”. Não foquemos no custo, mas no valor de tal decisão.
Eu acredito nos bons frutos de uma vida com ética. E se para alguns isso é utopia, para mim, ética é até mesmo questão de inteligência. Por isso, minha decisão para hoje é agir com ética, continuar a luta, e desejo que essa seja a minha decisão todos os dias.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Fafá



Essa aí é a Fafá, responsável por me transportar para uma fazenda, interior, ou coisa assim, sempre que me dá esse abraço.
Ela mora pertinho de meu prédio, e normalmente quando passo andando, lá está ela, em sua casa, com o acolhimento inacreditavelmente cada vez mais gostoso, um beijo materno, e um "vai com Deus, filha" que torna tudo tão leve!
O barulho da rua parece acabar, e de repente me sinto passeando numa cidadezinha onde todos se cumprimentam às ruas, onde não existe tantas grades, onde o "cafezinho" com a vizinha ainda existe, e as crianças tem marcas nos joelhos pois brincam em grupo nas ruas (e não no tablet).
Lugar bom esse onde a Fafá sempre me leva...
Há tantos anos vivendo isso e hoje percebi que eu não tinha uma foto com ela depois de adulta. Tenho com tantas pessoas... Como pude não registrar esse lugar tão bom que é o encontro com essa grande mulher?! Isso prova que os registros mais importantes possivelmente não são feitos com nossas câmeras.. BlogBooster-The most productive way for mobile blogging. BlogBooster is a multi-service blog editor for iPhone, Android, WebOs and your desktop