segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Máquina de escrever



Saudades da máquina de escrever
Justo eu, tão amante da tecnologia...
Saudades de quando tudo parecia precisar de mais cuidado,
para ser escrito, para ser dito
Precisava ver se caberia na linha, se precisaria dividir as palavras,
Ir com calma, remoendo cada uma, alinhando-as,
para a escrita ser boa.
Quando as coisas não eram tão imediatas e, nós, nem tão imediatistas
Quando o cultivo valia tanto quanto a colheita
Quando havia a surpresa da foto revelada
Quando se podia tocá-las, e até abraçá-las, aos mais bobos, feito eu.
Quando o carteiro trazia sorrisos envelopados
Quando os livros tinham cheiros
E o revirar das páginas era mais cauteloso, para não amassar;
e não apressado, num tablet qualquer...
Talvez a saudade nem seja da "tal" máquina,
mas de quem éramos, ao utilizá-la.

Obs: Este vídeo é um trecho de https://www.youtube.com/watch?v=bGZMekM0jog , 
que despertou esse texto.

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