Saudades da máquina de escrever
Justo eu, tão amante da tecnologia...
Saudades de quando tudo parecia precisar de mais cuidado,
para ser escrito, para ser dito
Precisava ver se caberia na linha, se precisaria dividir as
palavras,
Ir com calma, remoendo cada uma, alinhando-as,
para a escrita ser boa.
Quando as coisas não eram tão imediatas e, nós, nem tão
imediatistas
Quando o cultivo valia tanto quanto a colheita
Quando havia a surpresa da foto revelada
Quando se podia tocá-las, e até abraçá-las, aos mais
bobos, feito eu.
Quando o carteiro trazia sorrisos envelopados
Quando os livros tinham cheiros
E o revirar das páginas era mais cauteloso, para não
amassar;
e não apressado, num tablet
qualquer...
Talvez a saudade nem seja da "tal" máquina,
mas de quem éramos, ao utilizá-la.
Obs: Este vídeo é um trecho de https://www.youtube.com/watch?v=bGZMekM0jog ,
que despertou esse texto.
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